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Ainda pouco disseminado no âmbito da educação tradicional, o nano learning, mais usual na educação corporativa, é uma ferramenta que merece ser conhecida e cogitada pelos educadores

Uma das “missões” dos educadores para a nova realidade da Educação é que sejam capazes de selecionar tecnologias que se adequem às metodologias adotadas pelos projetos pedagógicos implementados nas instituições onde atuam. Se você está em busca de novas ferramentas para utilizar em sala de aula (presencial ou remota), precisa conhecer também o conceito de nano learning.

Embora não seja uma novidade, o nano learning ainda é pouco explorado no universo educacional. É um pouco mais conhecido na esfera corporativa.

Definindo em poucas palavras, consiste em conteúdos curtos de aprendizagem que exigem de três a cinco minutos de foco — pode ser um tutorial no YouTube, um artigo educacional curto ou qualquer outro formato simples, direto, simples e de fácil assimilação.

Eduardo Parente, sócio-fundador da LYS Aprendizagem Simplificada, startup  que cria, desenvolve e implementa treinamentos e capacitações por celular, acredita que o nano learning pode ser o futuro do aprendizado, do ensino e do treinamento corporativo.

E que talvez — em virtude dos caminhos que a educação tradicional tende a tomar em consequência das transformações impostas pela pandemia da Covid-19 — possa ser bem utilizado em outros segmentos de ensino.

“Como se trata de informação curta, está bem posicionado para ser distribuído através de plataformas móveis com acesso por smartfones, PDAs, iPOD, iPAD,iPhone etc. Precisa ter início, meio e fim, sem necessidade de continuidade para que o conhecimento seja passado. São pequenas pílulas de conhecimento”, resumiu Parente.

Produção de pílulas de conhecimento

Uma pesquisa realizada pela Microsoft, em 2015, no Canadá, sugere que o tempo de atenção dos seres humanos já é mais curto que o dos peixinhos dourados — e que isso pode ser culpa da tecnologia. O levantamento envolveu 2 mil respondentes que também participaram de jogos online para avaliar sua capacidade de concentração.

A conclusão foi que a capacidade de concentração dos humanos está sendo reduzido por impacto dos dispositivos portáteis e das mídias digitais. O relatório dá conta que usuários de múltiplas telas acham difícil filtrar estímulos irrelevantes -– são mais facilmente distraídos por múltiplos fluxos de mídia.

Porém, há um lado positivo no estudo. Apesar de nos distraírem mais facilmente, os mesmos dispositivos podem melhorar nossa capacidade de ser “multitarefa”. De acordo com a pesquisa, os participantes que têm um estilo de vida mais digital são “melhores no processamento de informações simultâneas chegando de diferentes fontes”.

Eduardo Parente mencionou um outro estudo, alemão, onde foi identificado que o método do nano learning permite 20% mais retenção de informações em comparação a formatos tradicionais, mais longos de ensino. “Isso porque é feito em pequenas doses, garantindo a recuperação rápida de informações e atendendo ao curto período de atenção do aluno”, disse o executivo.

O pulo do gato está, então, em usar tudo isso a favor da absorção do conhecimento.

Afinal, como aplicar o nano learning?

A esta altura do texto, você que chegou até aqui já deve estar se perguntando como aplicar o nano learning. E qual a diferença entre este método e o micro learning. O primeiro — e crucial — ponto é que ambos pode se tornar ótimas ferramentas de ensino-aprendizagem para o momento atual.

Tanto o micro learning quanto o nano learning estão concentrados em um único objetivo de aprendizagem. Os alunos têm o controle total em micro learning e nano learning e podem decidir o que, quando e quanto estão aprendendo.

Mas o nano learning é mais focado em um objetivo de aprendizado muito específico devido ao seu tempo de execução, ainda mais curto. Uma ação de nano learning é, na prática constituído por:

  • Tema
  • Curta descrição do tema (interpretação textual da ideia simples ao conceito complexo)
  • Complementos informativos e formativos através de infografia-imagem, vídeo, áudio, animação ou jogo explicativo
  • Pequeno teste de avaliação de conhecimento

Eduardo Parente ressaltou que, no caso do material desenvolvido pela LYS, um bom roteiro é extremamente importante. O executivo disse que todos os roteiristas da startup passaram por um workshop de neuro linguagem e neuro aprendizagem para poder criar conteúdos que sejam ferramentas motivacionais.

“Acredito que o nano learning possa ser bem utilizado na construção de trilhas de aprendizagem e também se adeque neste momento de construção de currículo escolar contínuo, como peça de promoção de motivação, principalmente para os estudantes que, por algum motivo, tiveram a aprendizagem prejudicada. O nano learning também tem uma função de estímulo ao aprendizado que pode ser muito útil aos professores que souberem utilizá-lo em suas práticas”, indicou Eduardo Parente.

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