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Incluir aprendizagem baseada em mídias nos processos educacionais é uma estratégia que ajuda a formar cidadãos com melhor ‘leitura de mundo’

Redes sociais, blogs, iTunes, YouTube e websites oportunizam novos meios de informação e acesso a aprendizagem. O conectivismo e a mobilidade revolucionam a essência e a dinâmica da sociedade contemporânea na qual as pessoas se desenvolvem online.

Nesta nova conjuntura, existe também uma nova relação entre produção e recepção de informação e conhecimentos num processo constante de realimentação trazendo engajamento e interatividade oportunizando a convergência cultural. E que afeta e interfere, também, na Educação.

Todo processo de ensino que faz uso de recursos de mídia pode ser considerado uma estratégia de aprendizagem baseada em mídias. Mas é importante ressaltar que, por mídia, não há restrição à produção no meio digital: podem ser reportagens de jornais e revistas, anúncios impressos, trechos de filme. Ou seja, tudo aquilo produzido por meios de comunicação que funcione como um incremento de ensino.

A boa notícia é que esta estratégia também pode ser aplicada como uma metodologia ativa de aprendizagem. “Desde o momento em que o aluno seja o autor dessa mídia — produza uma reportagem, faça um roteiro de um vídeo, crie uma peça publicitária –, que se torne ativo no processo de aprendizagem, ela também se enquadra como uma metodologia ativa de ensino”, explicou o Educador Google Innovator Márcio Gonçalves.

Mídias como potencializadores da aprendizagem

Jornalista por formação, professor, autor de livros, PhD em Ciência da Informação e, atualmente, coordenador acadêmico na Spot Educação https://www.spoteducacao.com.br/ — uma holding inovadora que agrega diversos negócios com o objetivo de preparar alunos para atuarem globalmente –, Márcio Gonçalves também explicou que todos os processos que envolvem o universo da comunicação digital estão inseridos no universo midiático.

“Quando se fala em cultura digital, educação midiática, inclusão digital, todos são recursos necessários e conceitos importantes para se entender como a aprendizagem pode acontecer usando mídias”, resumiu. O especialista em arquitetura e segurança da informação ressaltou que, ao se falar em mídias, está se abrangendo os três tipos que convivem entre si, e que reúnem diversos recursos, cada uma delas:

  • Impressa
  • Eletrônica
  • Digital

Livro, jogo eletrônico, revista, televisão, uma gif ou um meme. Todos são recursos possíveis com mídias que podem ser usados na aprendizagem baseada em mídias. Que, por sua vez, pode ser aplicada em todos os segmentos de educação — desde o ensino infantil até pós-doutorado.

Metodologia pode ser aplicada em todos os segmentos da educação

De acordo com Márcio Gonçalves — que está à frente do programa “Semana da Mídia na Escola” –, é possível incluir uma camada de educação midiática em todos os processos educacionais. Trabalhar com midias digitais, ou todas as outras mídias, possibilita investir em autodesenvolvimento e autoinclusão.

YouTube player

“Quando se pensa em desenvolver as habilidades socioemocionais ou as chamadas soft skills, se você investe em uma camada midiática em todas as disciplinas dá a chance ao estudante de se autoexpressar por meio de gravação de um podcast, de uma entrevista, uma reportagem ou a criação de um cartaz”, ensinou o educador.

Atualmente, é muito importante que o cidadão consiga interpretar o que lê. Mais do que isso, segundo Gonçalves, é preciso fazer com que se aprenda a fazer uma leitura do mundo — tornar as pessoas capazes de interpretar o que está por trás de peças de mídia, inclusive memes. “Porque aí você cria um pensamento crítico no estudante e, assim, ele chega na fase adulta com muito mais experiência de leitura do mundo.”

Márcio Gonçalves sugere aos educadores interessados em um aprofundamento na metodologia de aprendizagem baseada em mídias que tomem o programa Educamídia https://educamidia.org.br/ como referência. Liderado pelo Palavra Aberta, o Educamídia reúne educadores e facilitadores para atuarem como multiplicadores da educação midiática nas escolas. “É o programa, no Brasil, que mais incentiva o pensamento crítico e acredita no criar para aprender”, afirmou.

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